quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

MT: Crianças adoencem por falta de saneamento

A falta de estrutura em saneamento básico, ou seja, a implementação de um sistema de rede de esgoto e abastecimento de água, está entre as principais causas da mortalidade infantil de crianças até um ano de idade em Mato Grosso. A ausência dessa estrutura leva à proliferação de doenças diarreicas e respiratórias, as mais comuns nessa faixa etária, que são responsáveis por mais de 50% dos casos notificados. Segundo a técnica da Área Materno-Infantil da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Sônia Pereira da Silva, os fatores externos atingem as crianças, e, muitas vezes, as mães não conseguem identificar a gravidade do problema. Elas costumam tentar tratar a doença em casa e quando procuram o atendimento médico, a situação da saúde do filho já é grave. De acordo com Sônia, as pneumonias, bronquites e infecções intestinais são confundidas com gripes e resfriados e, por isso, acabam sendo menosprezadas pelos pais que, ao levarem a criança no atendimento, descobrem que é preciso procedimentos mais complexos para alcançar a cura. “Um dos problemas apresentados é a qualidade da água, que nem sempre é tratada e preparada para o uso. A solução para o problema seria investimentos em saneamento básico”, explica a técnica. Exemplo de que a adoção de políticas públicas pode melhorar as condições de vida da comunidade é a implantação do Programa de Saúde da Família (PSF), que proporcionou a diminuição significativa das doenças relacionadas com a falta do pré-natal. Os profissionais passaram a acompanhar de perto a gestação e também o desenvolvimento da criança no primeiro ano de vida, momento em que está mais vulnerável. Dados da SES comprovam que as campanhas massivas informando sobre a necessidade do pré-natal também contribuíram para a redução da mortalidade que, em 2004, era de 18 crianças para cada mil nascidas no estado e, no ano de 2006, passou para 16,4.

Problemas na notificação – Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a subnotificação ou preenchimento incorreto da notificação, comprometem as estatísticas sobre a mortalidade infantil. O tema foi abordado durante reunião realizada ontem (11), em Brasília (DF), com representantes de municípios de todo o País. Na ocasião, o ministro ressaltou que metade dos casos de mortalidade infantil são registrados na região Nordeste e nos nove estados que compõem a Amazônia Legal. O índice de Mato Grosso é considerado baixo, porém, está acima da perspectiva do Ministério, que é de chegar a 2012 com 14,4 mortes a cada grupo de mil crianças de até um ano de idade. Para resolver o problema, está em fase de estruturação o Comitê da Mortalidade Infantil, formado por profissionais de saúde especialistas na questão. O objetivo é conscientizar os municípios sobre a importância do correto preenchimento do documento, visando à obtenção de números que retratem a realidade da mortalidade infantil no País.

Fonte: Agência ANDI

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