
Somos herdeiros de uma colonização, em sua essência, violenta. As raízes do passado já não são válidas para justificar a falta de segurança. Já se passaram mais de 500 anos desde a colonização.
É, também, importante mudar a idéia de que os interesses pessoais se sobressaiam aos interesses comuns. A indústria do medo deve ser desestruturada e os meios de comunicação, principais agentes de formação social e cultural devem assumir o compromisso de construção de uma paz para todos.
O Antigo Testamento nos mostra que a única fonte de nossa segurança é o próprio Deus. Ele, também, mostra que fomos criados para a comunhão com Deus e com os irmãos, na vivência concreta do amor e somente a partir desse critério poderemos de fato ter segurança. Somente põe a sua confiança no Senhor aquele que faz a Sua vontade.
No Sermão da Montanha, Jesus mostra que devemos quebrar a rede de ódio e vingança que existe na sociedade porque violência gera mais violência. As primeiras comunidades cristãs testemunhavam a prática da paz fundamentada nos valores evangélicos, principalmente no cuidado com os pequenos e com os necessitados. Mostram que a paz não vem pela força das armas, mas dos relacionamentos, fundamentados no amor, porque Deus é amor e ele é a fonte da verdadeira paz e da concórdia. Somente a partir dos critérios do Evangelho é que se torna possível pensar verdadeiramente em segurança. Paulo reconhece que o amor é a plenitude da Lei (Rm 13,10), fonte, portanto, de toda segurança a que a humanidade aspira.
Muitas são as dificuldades em relação à segurança, no Brasil. A violência atinge a todos nos lugares mais distantes. As várias formas de violência como: familiar, de rua, escolar, entre outras, aterrorizam famílias inteiras. A campanha da fraternidade de 2009 propõe como via de mudança a esses hábitos um intensivo em ações educativas, tais como, trabalhar junto com as famílias conscientizando das necessidades de uma boa educação a seus filhos, divulgar e mostrar os objetivos propostos pela campanha nas escolas, campanhas educacionais sobre a violência levando todos a maior responsabilidade com a segurança dos que estão próximos. Não se deve esperar um resultado milagroso, mas um resultado que aparecerá de acordo com os trabalhos desenvolvidos
O cartaz da campanha:
O conceito principal da imagem é mostrar que a paz pode ser conseguida em qualquer nível cultural ou econômico e que a cultura é uma forte ferramenta para a conquista da paz e da justiça. A perspectiva da foto tem o objetivo de ilustrar que o acesso à cultura pode trazer mudanças. Podemos perceber que há lixo jogado, representando uma vida bagunçada e sem sentido. Que é deixada para trás. O jovem da foto é um convite para que se criem condições para a promoção de uma cultura da paz fundamentada na justiça social e iluminada pelo Evangelho e pelos valores cristãos.
Por: Padres Paulinos, Belo Horizonte, MG.
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