terça-feira, 31 de março de 2009

50 Anos de Jornalismo na vida de José Marques de Melo

Eis uma admirável travessia: passo a passo, desde os primeiros passos do menino que deixou a aldeia numa barranca do rio Ipanema, no sertão de Alagoas, para buscar o saber nas grandes cidades à beira do mar. E daí, em busca incessante, atravessou o mar, transpôs as portas de universidades da América Latina, dos Estados Unidos e da Europa, fez-se mestre – o professor José Marques de Melo, pesquisador incansável, trabalhador intelectual em tempo integral, autoridade reconhecida no Brasil e no exterior como um dos mais profundos conhecedores das Ciências da Comunicação”. São com estas palavras que Audálio Dantas, que foi presidente do Sindicado dos Jornalistas de São Paulo (1975 - 1978), inicia o prefácio do novo livro da PAULUS, Vestígios da Travessia, Da imprensa à internet – 50 anos de jornalismo, de José Marques de Melo.

Autor de diversos livros, sendo grande parte deles voltados para a pesquisa da Comunicação Social, José Marques de Melo, em Vestígios da Travessia, Da imprensa à internet – 50 anos de jornalismo, lançamento da PAULUS, relata, nesta obra, sua trajetória desde o início da descoberta de sua vocação jornalística até os dias acadêmicos atuais como professor titular da Cátedra Unesco de Comunicação Social, na Universidade Metodista de São Paulo.

“Na primeira parte, faço um relato autobiográfico, destacando episódios da trajetória percorrida entre a comunidade sertaneja e a metrópole globalizada. Na segunda, selecionei textos publicados nesses 50 anos de intensa travessia jornalística. Eles evidenciam as diferentes fases da minha atividade narrativa, desde os exercícios de aprendiz até as mais recentes expressões da maturidade”, explica o autor.

José Marques de Melo é jornalista pela Universidade Católica de Pernambuco, graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco, doutor e livre-docente em Ciências da Comunicação – Jornalismo pela Universidade de São Paulo. É docente-fundador da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e atualmente é professor titular da Universidade Metodista de São Paulo, onde é diretor da Cátedra UNESCO de Comunicação.

Serviço:

Título: Vestígios da travessia
Catálogo: Comunicação
Coleção: Comunicação
Assunto: Comunicação
Autor: José Marques de Melo
Acabamento: brochura
Formato: 13,5 x 21cm
Número de páginas: 304
Preço: R$30,00
Áreas de interesse: Comunicação e áreas afins

Fonte: Portal Paulus

sexta-feira, 27 de março de 2009

Camargo Corrêa fez doação de R$ 600 mil a campanha de Cássio

Governador reeleito na campanha em 2006, cassado depois pela Justiça Eleitoral por uso do poder econômico, Cássio Cunha Lima (PSDB) recebeu R$ 600 mil da Camargo Corrêa como doação de campanha. O advogado Luciano Pires, que responde pelo então governador disse que a doação aconteceu de forma “transparente e declarada”.

Cássio obteve mais de um milhão de votos e venceu a eleição contra o seu arquiinimigo da política paraibana, o ex-senador e hoje governador José Maranhão (PMDB), que acabou conquistando o governo do Estado com a cassação de Cunha Lima pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O grupo Camargo Corrêa está envolvido em escândalo de crimes contra o sistema financeiro e doação irregular a partidos políticos. A doação foi feita ao PSDB, partido representando por Cássio Cunha Lima na sua campanha à reeleição.

A doação, inclusive aparece no registro do Comitê Financeiro do partido e incluído na prestação de contas encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A comprovação dos recursos doados pode ser visto no site Às Claras, um serviço da organização Transparência Brasil.

Fonte: hl.com

quinta-feira, 26 de março de 2009

TV UFPB se prepara para ser canal aberto

Davi Molinari e Rosana Ferreira, coodernadores da Superintendência de Rede da TV Brasil, se reuniram nesta quarta-feira (25) com a diretora do Pólo Multimídia da Universidade Federal da Paraíba, Sandra Moura. A visita faz parte do processo de preparação para a inclusão da TV UFPB na rede nacional de emissoras parceiras da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) uma empresa de economia mista criada em 2007 para gerir o sistema de rádio e televisão públicas federais.

A EBC tem interesse em ajudar a TV UFPB a se instalar e operar, efetivamente, “porque ela é uma outorga da própria EBC à Universidade, explicou Davi Molinari. Ele também veio a João Pessoa para verificar as futuras instalações da TV UFPB e os equipamentos já disponíveis, além de identificar as tecnologias que serão necessárias para o completo funcionamento da TV da Universidade.

Molinari acrescentou que a UFPB, a TVUFPB e EBC já são parceiros na prática. “Agora, como vamos operar a execução disso? Viemos fazer um levantamento das condições de recursos técnicos e humanos; estamos acompanhando um cronograma de ampliação da TV, que a universidade já fez, e queremos nos inserir nesse projeto, contribuir com recursos técnicos e capacitação humana para que a TV venha a operar”, completou.

Ele acrescentou que está acontecendo esta semana, em Brasília, o Fórum Nacional das TVs Públicas. “Temos uma ampla oportunidade no País de fazer uma TV pública, que não está nem no campo das TVs privadas e nem e está no campo das TVs estatais. Apesar de ser um benefício gerado pelo estado, a TV pública tem a missão de servir ao interesse público e não ao interesse da audiência, da busca do público”.

O interesse público, no caso das TVs, explicou Molinari, “é aquilo que não é mediado pela audiência nem pelo Governo. Como temos essa missão hoje, o surgimento da EBC nos abriu essa janela: o governo federal mandou medida provisória abrindo mão de suas TVs estatais para a construção de uma TV publica que tenha um conselho formado por representante da sociedade”.

Fonte: Agência de Notícias da UFPB com hl.com

CCT vai debater acórdão do TCU sobre Fundações de apoio às universidades

A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) vai realizar uma audiência pública para debater a situação das Fundações de Apoio às Universidades e o futuro gerenciamento de ciência e tecnologia no Brasil. O requerimento para a realização do debate, de autoria do presidente do colegiado, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), e aprovado nesta quarta-feira (25), tem o objetivo de discutir recente acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), que dispõe sobre o funcionamentos dessas instituições.

Segundo Flexa Ribeiro relatou, com base em encontro que teve com reitores e representantes de algumas fundações, o acórdão do TCU impôs graves restrições ao funcionamento das fundações de amparo à pesquisa e às suas relações com as instituições universitárias, além de criar vários problemas para o gerenciamento dos projetos de pesquisa em todo o sistema público brasileiro.

O assunto está tendo enorme repercussão na imprensa e gerando contestação de várias universidades, setores ministeriais e sociedades científicas do país, inclusive com questionamentos judiciais - afirmou o autor da proposta.

Ele explicou, ainda, que a audiência tem o objetivo de "buscar equilíbrio decisório que satisfaça as partes envolvidas, sem prejuízos desnecessários ao desenvolvimento da ciência nacional".

Autorização

A CCT também aprovou nesta quarta-feira (25) parecer autorizando o funcionamento de 36 novas rádios e uma rede de televisão no país. Entre as rádios, 25 são emissoras comunitárias e outras 11 são sociedades limitadas.

Fonte: Agência Senado com hl.com

quinta-feira, 19 de março de 2009

Armando Abílio fecha com Ricardo e defende Couto para o Senado

Antes da campanha eleitoral do próximo ano, o deputado federal Armando Abílio, presidente estadual do PTB, uniu-se em torno de outros partidos aliados para dar um impulso ao prefeito Ricardo Coutinho (PSB), em suas pretensões de chegar em 2010 ao Palácio da Redenção.

Armando disse nesta quarta-feira, 18, que a chapa majoritária a ser encabeçada por Ricardo será complementada pelo deputado federal Luiz Couto (PT) e os ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), cassado no último dia 17 por uso do poder econômico nas eleições de 2006.

Armando defende abertamente a tese de que seu partido endosse o nome do prefeito da capital como candidato a governador, bem como de Cássio e Luiz Couto para o Senado da República. Ele não esconde que o PTB pretende ocupar a vaga de vice-governador e espera ver ser o indicado. “Ao contrário das outras vezes, vamos estar à frente da discussão em torno da composição da chapa e não seremos apenas um coadjuvante”, destacou.

“Vou advogar a tese de que devemos participar da chapa majoritária e temos alternativas a apresentar”, declarou o presidente estadual do PTB. A reação veio depois das afirmações do suplente de senador Carlos Dunga ter declarado que “a decisão de Armando é unilateral”.

Armando disse que sua opção por Ricardo Coutinho aconteceu de forma colegiada antes da campanha municipal do ano passado, “quando os diretoríanos decidiram de forma unânime apoiar à candidatura a reeleição do prefeito. Portanto, ao contrário do que Dunga afirmando nossas posições tem sido colegiada e não individual, como deseja o eminente suplente de senador”, destacou.

Fonte: Portal Paraíba

quarta-feira, 18 de março de 2009

Governo define tema para Conferência Nacional de Comunicação

Depois de muito debate interno, o governo definiu o tema da 1ª Conferência Nacional de Comunicação. A temática do encontro será "Comunicação: Direito e Cidadania na Era Digital". Com esse foco, o governo espera abarcar diversas áreas na conferência, entre elas as telecomunicações, televisão, rádio, internet e mídia impressa. Segundo fontes que acompanham o assunto, o tema foi conciliado com os movimentos sociais focados na democratização das comunicações, que apóiam a realização de um debate sob o ângulo da cidadania.

A definição do tema era a peça que faltava para a publicação do decreto presidencial convocando a conferência. O documento também trará a data de realização do encontro nacional: a plenária está marcada para os dias 1, 2 e 3 de dezembro e provavelmente será em Brasília, embora o texto não defina o local. Até lá, serão realizadas conferências preparatórias nos estados.

O foco das discussões deverá ser a construção de políticas públicas para o setor de comunicação. Há uma preocupação de que os temas internos do encontro não se confundam com a Conferência Nacional de Cultura, também prevista para este ano. Assim, temas relacionados com conteúdo devem seguir para o encontro de Cultura.

Fonte: hl.com

terça-feira, 17 de março de 2009

Vereadores de Diamante contrariam TCE e “perdoam” débito de mais de 1 milhão de Ernani Diniz

Em sessão plenária, realizada no dia 05 de setembro de 2007, o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE) imputou débito aos ex-prefeitos de Diamante, Ernani de Souza Diniz e Célio Alberto Antas Mangueira, respectivamente, com valor que ultrapassam 1 milhão de reais, correspondente ao exercício de 2004.

Embora o TCE tenha desaprovado as contas de Ernani Diniz, a Câmara de Vereadores do município, em sessão realizada no último, sábado, 14, decidiu por não considerar a decisão dos Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Por 6 votos a 2 os vereadores de Diamante acharam por bem, e ninguém sabe quais os critérios, aprovar as contas de Ernani Diniz. Os seis vereadores que votaram pela anistia do débito imputado pelo TCE fazem parte da base aliada do atual prefeito Hércules Mangueira. Apenas dois vereadores de oposição, ao atual prefeito, votaram pela não aprovação das contas referente ao exercício de 2004 do exprefeito Ernani Diniz.

De acordo com o TCE/PB, o ex-prefeito Ernani Diniz teria de devolver aos cofres municipais a quantia próxima de R$ 842 mil por despesas sem comprovação, além de gastos e saldos bancários também não comprovados, bem como de remuneração recebida em excesso. Já para o ex-prefeito Célio Mangueira o TCE umputou pagamento ao erário municipal de quase R$ 204 mil.

Hércules Mangueira é acusado de perseguição

O programa Tribuna Independente, que é levado ao ar de segunda a sexta-feira pela Rádio Cidade FM de Piancó, trouxe no último dia 12 uma série de denúncias sobre a prática de perseguição política no município de Diamante. O espaço jornalístico contou com a presença do Professor Reginaldo, que na oportunidade apresentou vários documentos que comprovam atos de retaliações a servidores que, na última eleição, não votaram no prefeito reeleito Hércules Barros Mangueira Diniz (PMDB).

De acordo com o professor Reginaldo, que é professor da rede municipal de ensino e exercia sua função em escola localizada na cidade de Diamante, pelo fato de não ter votado no atual prefeito foi transferido para uma escola na zona rural do município, localizada a mais de 15 quilômetros da cidade.

Além das transferências, Reginaldo também acusa o prefeito Hércules de não oferecer condições para o deslocamento até o local de trabalho. O professor diz que as perseguições não ocorrem somente na área de educação, mas também nos demais setores da administração municipal e, que, o pré-requisito para ser vítima das retaliações, é tão somente não ter votado no prefeito peemedebista, concluiu.

Fonte: Itaporanga.net

sábado, 14 de março de 2009

Rádios regulares e irregulares podem ter mesma punição se causarem riscos

Está em análise na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei (PL), vindo do Poder Executivo, que prevê a eliminação do Código Penal o crime de operação de emissora de rádio irregular, que hoje é punido com detenção de um a seis meses ou multa. Se parece que a proposta beneficia quem faz uso de rádio pirata, ledo engano. No mesmo texto, é proposto que seja aumentado o rigor contra responsáveis por emissoras, sejam elas regulares ou não, que possam vir a causar riscos a terceiros.

O PL 4573/09 vem provocando polêmicas desde sua publicação, já que desagrada tanto a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), quanto a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraco), mas por diferentes razões, informa a Agência Câmara.

Para a Abert, discriminalizar a operação irregular de emissoras de rádio é um erro. Já a Abraco diz que, caso o projeto seja aprovado, pode ser interpretado de forma a reprimir as rádios comunitárias, que operam de forma regular, sob o pretexto de que poderiam causar riscos.

Punição

Atualmente, o Código Penal prevê a operação irregular de emissora de rádio e tipifica o crime como "atentado contra a segurança do transporte marítimo, fluvial ou aéreo", com pena de reclusão que pode varias de dois a cinco anos.

Com o projeto, o governo acaba por incluir nesse tipo de crime toda a operação de rádio que ofereça perigo à segurança de serviços de telecomunicações de emergência, de segurança pública ou de fins exclusivamente militares, ou ainda o funcionamento de equipamentos médico-hospitalares.

Além disso, o governo busca alterar a lei da radiodifusão comunitária (9.612/98), fazendo com que as infrações deixem de ter o mesmo peso e passem a ser hierarquizadas. Ainda de acordo com a Agência Câmara, são classificadas de infrações gravíssimas, punidas com a cassação da autorização e a interdição dos equipamentos: transferir os direitos de execução dos serviços para terceiros; praticar proselitismo de qualquer natureza; e permanecer fora de operação por mais de trinta dias sem justificativa.

O projeto considera infração grave, punida com multa, o uso de equipamentos fora das especificações autorizadas pelo governo. Em caso de reincidência, o projeto prevê a lacração do equipamento até que seja regularizado.

A operação de rádio irregular (retirada do Código Penal) é incluída na lei da radiodifusão comunitária, sendo considerada infração gravíssima, punida com a apreensão dos equipamentos, multa e suspensão do processo de autorização de outorga ou a impossibilidade de se habilitar em novo certame até o pagamento da multa.

A proposta foi apensada ao Projeto de Lei 4549/98, do ex-deputado Salvador Zimbaldi (PSDB-SP), que tramita em regime de prioridade. Ambos serão analisados pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e pelo Plenário.

Para Tarso Genro e Hélio Costa, ministros da Justiça e das Comunicações, o objetivo das alterações propostas é separar as infrações praticadas pelas rádios comunitárias (autorizadas) das não-autorizadas, além de hierarquizar as infrações em graves e gravíssimas, com as respectivas sanções.

Já no que se refere à descriminalização, os ministros dizem que o direito penal deve ser utilizado como mecanismo de intervenção nos casos de violação dos direitos fundamentais, não como mecanismo de controle e repressão.

Fonte: hl.com

Presidente Lula traiu o Movimento de Rádios Comunitárias

O ano passado acabou para as rádios comunitárias com duas notícias, uma boa e uma ruim. A boa é que a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados, ninho dos parlamentares donos de emissoras comerciais, aprovou projeto substitutivo (PL nº 4549/98) do deputado Walter Pinheiro (PT-BA) anistiando os que foram punidos por colocar rádio no ar sem autorização. É o tipo de coisa que só acontece a cada cem anos. A notícia ruim é que o governo Lula encaminhou ao Congresso Nacional Projeto de Lei (nº 4573/08) que aumenta mais ainda a repressão sobre as rádios comunitárias. Isto é, quando todo mundo esperava que o governo do PT fosse apoiar a proposta avançada de Walter Pinheiro (companheiro de partido!), agora tramitando na última comissão da Câmara, ele manda uma outra absurdamente reacionária.

Por que o governo Lula encaminhou Projeto de Lei tão ruim para o Congresso Nacional poucos dias depois da Câmara aprovar o substitutivo de Walter Pinheiro? A intenção do governo era atrapalhar o processo ou impedir avanços? Estamos tratando de má-fé do governo para com as rádios comunitárias? Quem articulou politicamente este projeto? Alguma entidade colaborou com ele?

Má-fé e retrocesso

Dizem fontes seguras que a história desse projeto começou em setembro do ano passado, quando representantes de entidades de rádios comunitárias estiveram com o ministro da Justiça, Tarso Genro. Desse encontro, e de um acordo posteriormente firmado entre o Ministério da Justiça, Ministério das Comunicações e Casa Civil, teria brotado a proposta.

Sobre esse encontro com Tarso Genro. Fiz duas sugestões ao governo:

1. O Executivo deveria parar de continuar enrolando o movimento das rádios comunitárias.

2. O Executivo já sabe o que fazer. Não se admite mais que erre em questões primárias.

Está claro que esse PL não é um erro, mas uma opção política, um ato de má-fé e um retrocesso para a comunicação popular do país.

"Expor a perigo" a segurança

O que diz o PL 4573/08?

Ele começa mexendo numa velharia ainda viva contida no artigo 151 do Código Penal. A proposta elimina os incisos II, III e IV do parágrafo 1º do art. 151 do Código Penal (Decreto Lei nº 2448/40). Este fóssil jurídico, que ainda fala em coisas como "comunicação telegráfica ou radioelétrica" e em "aparelho radioelétrico", até hoje é usado pela Polícia Federal como justificativa para reprimir rádios não autorizadas. Eis o texto completo. A parte em negrito é a que o Governo pretende subtrair:

"Art. 151 – Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º – Na mesma pena incorre:

I – quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;

II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;

III – quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior;

IV – quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição legal".

Com o fim destes incisos, fica tudo resolvido? Não é bem assim. Trata-se de um engodo, uma armadilha. Porque o PL 4573/08 também propõe mudanças no Parágrafo 1º do artigo 261 do Código Penal.

Diz o texto original do Código Penal em vigor:

"Art. 261 – Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:

Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Parágrafo 1º – Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou destruição de aeronave:

Pena – reclusão, de quatro a doze anos" (grifo nosso).

E agora a proposta do governo de como deve ficar este parágrafo 1º:

"Parágrafo 1º-A Na mesma pena do caput incorre quem, mediante operação de serviços de radiodifusão, expõe a perigo a segurança de serviços de telecomunicações de emergência, de segurança pública ou fins exclusivamente militares, ou, ainda, o funcionamento de equipamentos médico-hospitalares" (grifo nosso).

Politicamente esperto

Observe que originalmente havia uma punição para quem "expõe a perigo" e outra punição no caso de "naufrágio... queda ou destruição de aeronave". Se o acidente acontecia, a punição era maior. Existe uma diferença muito grande nisso. O PL do governo diz que basta a pessoa expor a aeronave ao perigo (não precisa que ocorra o acidente) para que ela seja condenada à pena de reclusão de dois a cinco anos. Hoje, esse tipo de ameaça (reclusão) paira somente sobre aquelas emissoras sem autorização; se esse projeto for aprovado todas podem ser citadas.

Quanto aos riscos às aeronaves, como todo mundo sabe que rádio comunitária não derruba avião, os inimigos das rádios comunitárias nunca iriam ter um avião no chão que servisse de exemplo. Logo, estão tentando adequar o texto legal à ficção que criaram. Com isso, mudam um pouco a justificativa mitológica para repressão: a rádio não derruba avião, mas cria o perigo dele cair.

À parte os deslumbramentos de burocrata, tecnoburocrata ou carrapato do poder, que traz para os dias atuais expressões típicas dos tempos de Machado de Assis ("expõe a perigo") e a vontade férrea de defender o poder (e seu emprego), a redação do PL é uma tentativa escancarada de legitimar os abusos hoje cometidos pelos órgãos de repressão. É sabido que os inimigos das rádios comunitárias usam exatamente esses argumentos (interferência no sistema de aviação, na segurança e nos serviços de saúde) para cobrar mais repressão do Estado. Se hoje os agentes do Estado cometem abusos usando tais bobagens como argumento para fechar rádio, se este PL for aprovado eles estarão dentro da lei para enquadrar e botar na cadeia aqueles que, na sua opinião, merecem punição.

É preciso reconhecer: quem bolou isso, embora tenha mofo no cérebro, foi muito esperto politicamente.

O argumento de "derrubar avião

O mesmo Projeto revoga o Artigo 70 da Lei 4.117/62, mais um fóssil jurídico, este criado pela ditadura militar (Decreto 236/67) ainda hoje usado com pela Polícia Federal. E também estabelece que o artigo 183 da Lei 9472/97 (Lei Geral de Telecomunicações), muito usado pelos agentes da Anatel, não se aplica à radiodifusão.

Se as leis 4.117/62 e 9.472/97 não serão utilizadas para reprimir as emissoras comunitárias, imagina-se que agora se fará uso da legislação de rádios comunitárias, a Lei 9.612/98. Está errado quem pensou nisso. O óbvio não funciona na política. Ao invés de incluir na lei pertinente todas as punições de que o tema trata, o governo transforma o caso num crime de ordem penal.

Enfim, o que temos em resumo nessa primeira parte do projeto é:

1) O Código Penal – e não mais a Lei 4.117/62 ou a Lei 9472/97 – pode ser o instrumento central para reprimir as emissoras, autorizadas ou não.

2) Emissoras autorizadas ou não autorizadas podem ter seus equipamentos apreendidos e seus dirigentes podem ser submetidos ao processo penal. (Antes isso ocorria somente com as não-autorizadas).

3) No Código Penal substitui-se a pena de "detenção, de um a seis meses, ou multa (art. 151) por uma de "reclusão de dois a cinco anos" (art. 261). Trocou seis por meia dúzia mais um pouco.

4) A redação permite uma leitura subjetiva sobre a existência de crime. Um juiz, ou mesmo um desses agentes (!), pode achar que a emissora está provocando interferências em sistemas de segurança, equipamentos hospitalares (aparelho de tomografia?), telecomunicações e aeroviário e fechar a emissora. Hoje é assim. Fecha-se a rádio sob o argumento de que pode derrubar avião. Claro que há um lado otimista: juízes e agentes da Anatel de bom senso vão querer provas antes de fecharem a emissora.

"Apoio cultural"

Para as emissoras não-autorizadas no ar, não bastasse a incursão no Código Penal, o governo propõe um tratamento especial. Diz o texto do seu PL:

"Art. 21– A operação de estação de radiodifusão sem autorização do poder Concedente constitui infração gravíssima sancionada com a apreensão dos equipamentos, multa e a suspensão do processo de autorização de outorga ou a impossibilidade de se habilitar em novo certame até o pagamento da referida multa".

A novidade é que antes o diretor da entidade era "apenas" indiciado em processo na Polícia Federal. Agora, além do indiciamento e da possibilidade de ser preso, e da apreensão dos equipamentos, ele e a entidade recebem uma outra punição: o processo da rádio ao qual está ligado fica paralisado até o pagamento da multa.

O PL propõe modificações no artigo 21 da Lei 9.612/98 (lei das rádios comunitárias), o que trata das infrações cometidas pelas rádios.

Com relação à publicidade, por exemplo, fica valendo o artigo 18, em vigor, que admite a propaganda apenas como "apoio cultural". Mas o que é apoio cultural? A nova proposta do governo é medíocre porque não leva em conta que "apoio cultural" é um conceito sem definição. A norma operacional 01/04 (art. 19.6.1) diz que considera apoio cultural a "divulgação de mensagens institucionais". Mas o que são "mensagens institucionais"? Isso só quem sabe é o agente repressor. O mesmo que aplica a multa quando acha que a rádio está descumprindo esse artigo.

Estado contra o povo

O Capítulo XI, do Decreto 2.615/98, que trata das infrações cometidas pelas rádios comunitárias, lista 29 motivos para punir. Mas não tem aí a questão da publicidade. Hoje, a Anatel multa, mas sem uma base legal. Portanto, esta mudança proposta pelo governo visa a atender aos interesses dos agentes repressores, que precisavam de uma base legal para fazer o que já fazem hoje.

Deve-se considerar que para uma comunidade pobre conseguir recursos para pagar a multa imposta pelo poder público não é fácil. Na falta de recursos, a cobrança vai para dívida pública e os projetos sociais ligados à entidade são vetados – e assim também a própria rádio. Centenas de rádio foram multadas por operarem sem autorização ou por colocarem no ar publicidade que, segundo os agentes, infringe a lei.

A multa é um instrumento de repressão política. Uma estratégia cruel: é criando dívidas que você aniquila o pobre. É o Estado contra o povo brasileiro. A serviço das elites econômicas (e não somente do campo da comunicação), o Estado faz uso desse instrumento.

Uma proposta ridícula

O destaque no projeto do governo é sua ênfase no combate ao proselitismo. Sua proposta estabelece como "infração gravíssima" a prática do proselitismo de qualquer natureza. Mas o que é "proselitismo"? A Lei 9.612/98, em pelo menos dois artigos (art. 4º, parágrafo 1º; art. 11), já faz o veto ao domínio das rádios comunitárias pelas igrejas e ao proselitismo que praticam. Mas, curiosamente, os agentes da Anatel e da PF nunca encontraram isso. Centenas de rádios são dominadas por padres e pastores e eles nada vêem. Em Copacabana, em Brasília, as antenas são maiores do que as torres das igrejas, se avistam a quilômetros, mas nem a PF nem a Anatel conseguem ver. São antenas invisíveis – talvez por razões espirituais. Ou seriam econômicas?

Estudo feito no ano passado pelo professor Venício Lima e pelo consultor legislativo Cristiano Lopes revela aquilo que todo mundo já sabia, mas não tinha provas: o Ministério das Comunicações distribui autorizações de rádios comunitárias para políticos, padres e pastores aliados. Por que o Ministério da Justiça não apura essas denúncias? Por que não descobre quais os servidores públicos envolvidos nesta indecência? Por que a Polícia Federal, a Abin, o FBI, sei lá, não investigam a participação do ministro Hélio Costa nesta distribuição de rádios? Por que a Polícia Federal não investiga como a Igreja Católica conseguiu autorização para mais de 200 rádios ditas comunitárias, se isto é ilegal, imoral, indecente? Por que o Ministério da Justiça não investiga o que ocorre dentro da Casa Civil, aonde montaram um balcão para distribuir rádios comunitárias para X e Y?

Fazer este tipo de coisa, depurar o setor, é muito mais do feitio do Ministério da Justiça e seria muito mais saudável para sociedade, do que fazer alianças com outros ministérios e apresentar esta proposta ridícula de projeto. A gente esperava mais de Tarso Genro e sua equipe.

* Dioclécio Luz é jornalista, mestrando em comunicação pela UnB, autor de "A arte de pensar e fazer rádios comunitárias".

NAS ONDAS DO AR

As rádios comunitárias devem morrer

Por Dioclécio Luz

Jornalista, escritor, diretor do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, integrante da "Campanha contra baixaria na TV".

Quando a conversa acaba vem a bala, o cassetete, a cadeia, ou, pior, o silêncio. O silêncio dos cemitérios. É assim hoje no Brasil. A Anatel e a Polícia Federal, arautos do Estado, todo dia calam a voz daqueles que há 500 anos tentam falar. Fecham rádios comunitárias, rádios de baixa potência, porque, segundo eles, elas servem a grupos terroristas e planejam derrubar avião, interferir nos serviços de segurança, servir ao narcotráfico. Por isso tratam essa gente brasileira como se trata traficante: armados de fuzis e metralhadoras. Os agentes do Estado – digo, do Estado neoliberal-popular (transgênico, portanto) – ocupam salas e residências, berram "teje preso!". Algemam e levam para a cadeia os "marginais perigosos", quem tenta fazer rádio comunitária. Levam no camburão, que é para mostrar quem manda. E quem manda são eles.

É o tempo do medo

O governo Luiz Inácio Lula da Silva decretou morte às rádios comunitárias.

Na repressão às rádios, atuam a Anatel e a Polícia Federal. Mas a Polícia Militar e até a Polícia Civil já se apresentaram para a nobre causa de calar a voz do povo. Mais um pouco e até guarda noturno vai querer prender quem faz rádio comunitária.

Depois de dois anos no governo, Lula continua insistindo em tratar rádio comunitária como caso de polícia ou de cartório. De polícia quando a rádio não tem o papel (a autorização) fornecido pelo cartório que é o Ministério das Comunicações (MiniCom). De cartório porque o MiniCom mantém uma burocracia que emperra o processo de legalização das rádios comunitárias. Intencionalmente, diga-se de passagem. Porque, se quisesse, poderia fazer bem mais. Mas isto é assunto para linhas adiante.

Poder divino

Primeiro, veja-se a polícia. Neste momento mais de mil pessoas estão sendo processadas por operarem emissoras clandestinas. De acordo com documentos oficiais da Polícia Federal, as prisões em alguns estados são feitas com base no artigo 70 da Lei 4.117/62, o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT); em outros estados as ações são feitas com base no artigo 183 da lei 9.472/97, a Lei Geral de Telecomunicações (LGT).

Por que usam esses dispositivos? Porque os dois garantem cadeia para quem opera sem autorização. Poderiam usar, quem sabe?, um dispositivo menos duro, um que manda fechar, ou que dá advertência – no extremo, apreender os equipamentos... Mas, não, é preciso botar na cadeia! É preciso humilhar!

Em outubro passado, uma delegada da Polícia Federal, em Guarulhos (SP), enquadrou os que faziam uma rádio sem autorização por "formação de quadrilha". Ao fazer isso, ela sabia, estava tirando o direito das pessoas de pagarem fiança e responderem o processo em liberdade. Ela queria humilhar. Na verdade, ela julgou e condenou os autores do "crime" à pena máxima: serem colocados no meio de bandidos, assaltantes, traficantes. Ela julgou e condenou essas pessoas à humilhação.

A emissora fechada em Guarulhos era dirigida por um grupo de evangélicos. De fato, não era comunitária. Mas nenhum aparato de Estado tem o direito de fazer isso com as pessoas. Nenhum Estado decente pode ter esse poder de humilhar as pessoas. Nenhum agente público poderia fazer isso com um brasileiro. Quem deu esse poder à delegada? Quem lhe deu o direito de punir com a humilhação um grupo de evangélicos que queriam expressar sua fé? Aqui se acusa.

O responsável por tudo isso, por omissão ou cumplicidade, o que dá no mesmo, é o governo Lula.

Eficiência política

Em 2003, a Anatel e a Polícia Federal fecharam 4.300 rádios. Em 2004, graças à extraordinária eficiência destes órgãos, o número deve se igualar. É uma eficiência rara. Hoje, se falta dinheiro à PF, a Anatel paga combustíveis e diárias para os agentes. Se um juiz dá liminar pela abertura da rádio, a Anatel recorre! E vai mais: a Anatel está em campanha junto ao Judiciário tentando fazer a cabeça dos juizes, convencendo-os de que os aviões são feitos de lata e madeira comida de cupim e, por isso, podem ser derrubados por um transmissor de 25 watts.

Trata-se de uma grande mentira que a Anatel e as emissoras comerciais propagam por todo país. Se um transmissor de 25 watts ou de 25 mil watts derrubasse avião ninguém deveria andar nesses troços. E terroristas poderosos, como Bush e bin Laden, ao invés de bomba, usariam tal expediente para suas ações. Sairia bem mais barato.

A Anatel, é bom não esquecer, foi criada no governo Fernando Henrique Cardoso para atender ao mercado. Por isso ela tem esse formato transgênico: por fora, em suas ações, é mercado; por dentro, é sustentada com recursos públicos.

De um modo geral, as agências se constituem na melhor invenção do mercado. Eis um órgão público, mantido pelo Estado, com servidores concursados, mas que deve ser "independente", isto é, estar a serviço do mercado. Por isso a Anatel é tão eficiente em coibir as rádios de baixa potência e tão ineficiente quando se trata de fiscalizar o mercado.

Em meados de novembro deste ano, o Tribunal de Contas da União denunciou que a tecnologia usada pela Anatel para fiscalizar as empresas telefônicas era obsoleta. Isto é, não funciona. Quando se trata de rádios comunitárias a Anatel utiliza o artefato mais caro e moderno que existe, mas quando se trata de fiscalizar o mercado mantém um sistema obsoleto. Por quê? Porque não é para funcionar quando se trata do mercado.

Em outubro passado, em Brasília, o Ministério Público determinou às telefônicas que tirassem suas torres das proximidades de escolas e hospitais por representarem riscos à saúde. Imediatamente apareceu um técnico da Anatel dizendo que isso seria complicado (isto é, caro) para as empresas, e que não havia riscos. Por essas e outras é que, quando alguém anuncia que vai mexer na Anatel, tudo que é dono de empresa telefônica, concessionário de rádio ou TV comercial sai em defesa do órgão.

Será que o governo Lula não sabe disso? Será que vai insistir no modelo das agências? Será que o governo não sabe que as agências se constituem num dos pilares de sustentação do projeto neoliberal? Ele não sabe que uma sociedade mais justa nunca acontecerá num estado neoliberal?

Trata-se, portanto, de uma questão política. E política de Estado. A repressão às rádios se dá dentro deste contexto. Um contexto de fatos vergonhosos, como a ação policial e da Anatel com eficiência e modos similares aos tempos da ditadura militar.

A Anatel e a PF usam dispositivos criados pela ditadura militar. É o caso do artigo 70, da Lei 4.117/62, que pune com até 3 anos de cadeia quem opera sem autorização. O artigo foi adicionado à lei por um Decreto-lei (236/67) assinado pelo general Humberto de Alencar Castelo Branco. A função desse artigo, à época, era botar na cadeia "os inimigos do regime". Como ele se encontra em vigor até hoje, acredita-se que os inimigos do regime são o povo brasileiro, que insiste em viver e em querer se comunicar.

O outro dispositivo usado para reprimir é a Lei Geral de Telecomunicações (artigo 183, cadeia de 2 a 4 anos), obra do homem que privatizou o país, Fernando Henrique Cardoso.

Em resumo: para calar a voz do povo, Lula usa um dispositivo criado pela ditadura militar e outro criado por FHC. E o extraordinário nisso é que os dois dispositivos tratam de telecomunicações e não de radiodifusão – e, portanto, não se aplicariam às rádios comunitárias.

Fora do ar!

Em suas manifestações, os órgãos públicos alegam seguir à lei para fazer a repressão. Mas a lei não fala que a Anatel tem pagar diária à PF, recorrer na Justiça quando algum juiz defender uma rádio, ou tentar fazer a cabeça de juizes. Qual a lei que eles dizem seguir? A antes citada, que aborda a repressão, e a legislação que regulamenta as rádios comunitárias: Lei nº 9.612/98, Decreto 2.615/98 e Norma Operacional 01/04.

O conjunto da legislação estabelece uma série de limites, de "não pode": o alcance da rádio comunitária não pode ir além de 1km, a rádio não pode veicular publicidade, não pode entrar em rede com outras rádios, os diretores não podem morar fora do raio de 1km, não pode ter proteção do Estado para interferências de emissoras comerciais... Enfim, a rádio não pode existir.

Essa legislação está em vigor. É a pior da América Latina no tocante a rádios comunitárias. Não se sabe de uma legislação pior no mundo. O que o governo fez para mudar isso? Nada. Corrija-se: piorou mais ainda.

O Ministério das Comunicações fez uma nova Norma Operacional (01/04) que burocratiza mais ainda o processo e estabelece outros "não pode". A burocracia é tão pirandelliana* que pede até uma declaração da entidade de que ela vai seguir a lei. Não se sabe se isso foi um ato de burrice explícita ou simplesmente de má-fé de algum burocrata viciado em papéis.

As ações de má-fé do governo com relação às rádios comunitárias são mais explícitas. Por exemplo, no governo FHC, a Anatel designou como único canal para todas as rádios comunitárias, o 200, correspondente a freqüência de 87,9 MHz. Em alguns casos, destinou-se um canal alternativo.

No governo Lula, a Anatel – pressionada por um movimento legítimo de mais espaço no dial de São Paulo – achou por bem indicar mais dois canais – duas opções, mais exatamente, porque a lei só permite um canal por município. E designou as freqüências de 87,5 e 87,7 MHz.

Então, graças ao governo Lula, as rádios comunitárias têm três opções de canais. Ótimo. Não. Má-fé. Porque todos estes canais estão fora do dial! No dial do rádio, a faixa de operações em FM vai de 88 MHz a 108 MHz – e as rádios vão operar abaixo de 88 MHz. Como os aparelhos de rádio a princípio não foram feitos para receber sinais abaixo de 88 MHz, imagina-se que as rádios comunitárias irão transmitir para o nada. Eis uma situação surrealista.

Carrapatos do poder

Argumentam os tecnocratas e burocratas e carrapatos do poder que se trata de uma decisão técnica. Isto não é verdade. É, sim, uma opção política. Por exemplo, pergunte-se às emissoras ligadas a grupos poderosos, como a CBN, Globo, Transamérica, se elas topariam atuar nestes canais fora do dial. "Você pensa que eu sou idiota?", seria a resposta publicável.

Foi uma decisão política mascarada como técnica. E muito mal mascarada. A Anatel chegou a contratar o CPqD, que apresentou estudo justificando a escolha dos novos canais. O tal "estudo", porém, é visivelmente político. Há uma clara intenção de exclusão de um serviço considerado de quinta categoria, de gente pobre, chata, marginal. O estudo é preconceituoso, para dizer o mínimo. Eis algumas pérolas desse estudo:

"Embora o canal 200 esteja designado para uso exclusivo do Serviço de RadCom, em nível nacional, na prática ele não pode ser designado para diversos municípios devido à interferência que provocaria em alguns canais previstos ou autorizados na faixa de freqüência para o serviço de radiodifusão sonora em FM e o canal 6 de TV/RTV."

O CPqD já sai em defesa das emissoras comerciais, que, na sua visão preconceituosa, são superiores. Mais adiante reconhece, com grifo dele, que o canal 200 está fora da faixa:

"Este obstáculo levou a agência a designar para execução do serviço de RadCom, em algumas localidades, canais alternativos dentro da faixa de FM com os seguintes inconvenientes:

(...)

A presença de estações de RadCom na mesma faixa de freqüência das estações de FM dificulta a fiscalização e a identificação de estações não autorizadas."

No texto acima o preconceito é explícito. O CPqD – que já foi instituição pública e agora, bem se vê, é privada – não considera que estações de rádios comunitárias sejam estações de FM. E partindo do pressuposto que as rádios comunitárias são constituídas por marginais, piratas e bandidos, alerta para o risco delas ficarem dentro da faixa de FM – isto atrapalharia a repressão sobre elas.

Na verdade, este governo nem cumpre a lei, mesmo uma lei ruim como esta. Eis alguns exemplos. Diz o artigo 20 da Lei 9.612/98 (grifos meus):

"Compete ao Poder Concedente estimular o desenvolvimento de Serviço de Radiodifusão Comunitária em todo o território nacional, podendo, para tanto, elaborar Manual de Legislação, Conhecimentos e Ética para uso das rádios comunitárias e organizar cursos de treinamento, destinados aos interessados na operação de emissoras comunitárias, visando o seu aprimoramento e a melhoria na execução do serviço."

Desde a promulgação da lei, quantos cursos e treinamentos o Ministério das Comunicações realizou até hoje? Zero.

Diz o artigo 4º, § 1º da lei 9.612/98:

"É vedado o proselitismo de qualquer natureza na programação das emissoras de radiodifusão comunitária."

Diz ainda o artigo 11 da lei 9.612/98:

"A entidade detentora de autorização para execução do Serviço de Radiodifusão Comunitária não poderá estabelecer ou manter vínculos que a subordinem ou a sujeitem à gerência, à administração, ao domínio, ao comando ou à orientação de qualquer outra entidade, mediante compromissos ou relações financeiras, religiosas, familiares, político-partidárias ou comerciais."

Ora, o mundo inteiro – menos o governo – sabe que boa parte das 2.199 autorizações até hoje concedidas pelo Ministério das Comunicações está nas mãos da Igreja Católica ou uma das ramificações evangélicas. Isto é ilegal! Mas o Ministério das Comunicações e a Anatel nada fazem para coibir. É preciso haver uma revisão das autorizações concedidas.

Este é mais um motivo para não se acreditar neste papel concedido pelo governo. Um papel na parede, com a autorização oficial, não diz que a rádio é ou não comunitária. É apenas um papel – concedido pelo cartório estatal – que dá direito àquela emissora de funcionar "como se fosse" uma rádio comunitária.

Em 2003 o Ministério das Comunicações, entregue a Miro Teixeira, formou um Grupo de Trabalho com a finalidade de encontrar um jeito de reduzir a burocracia no próprio ministério, porque havia 8 mil processos parados nesse cartório. O fato é, por si, estranho: chamar um grupo para resolver um problema burocrático interno. Houve outra estranheza nisso: Miro Teixeira incluiu nesse GT um representante da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), inimiga das comunitárias. No que esta pessoa contribuiria? Em nada. Ela entrou nesse GT com a missão de impedir que o grupo fizesse propostas mais avançadas.

Mas, apesar do ministro e do ministério, o GT até que trabalhou, apresentou propostas para reduzir a burocracia e outras que resolveriam alguns problemas maiores das rádios comunitárias. O ministro Miro mostrou que é um político experiente na arte de fazer política pelo poder. O atual, Eunício Oliveira (proprietário de emissoras no Ceará), fez algumas mudanças burocráticas, mas as principais propostas foram para o lixo. Não se constituiu um conselho de rádio comunitária e muito menos o governo encaminhou ao Congresso uma nova proposta de legislação, como pediu o GT.

Legislativo não faz leis

O argumento de todos os burocratas e tecnocratas e autoridades do atual governo para nada fazer é que eles têm que seguir a lei, e que mudar a lei é função do Legislativo. Conversa. Eles sabem que não é assim na política.

Estudo realizado pela Consultoria da Câmara dos Deputados revela que das 119 leis aprovadas pelo governo Lula até outubro de 2004, somente 10% foram feitas pelos parlamentares. Com o Governo FHC foi a mesma coisa. Portanto, quem faz leis neste país não é o Legislativo, mas o Executivo.

O Congresso Nacional tem hoje tramitando 43 projetos de lei sobre rádios comunitárias. Desse total, 17 aperfeiçoam a legislação vigente; 18 deles pioram o que já é ruim. Todos esses projetos estão hibernando na Comissão de Ciência e Tecnologia. Nada anda. Só vai andar se o governo quiser. Porque nesta comissão se encontram os interesses dos poderosos da comunicação no país, e o governo Lula tem medo dessa gente. Daí, na hora de escolher as comissões, mesmo o PT, que é o maior partido na Câmara e ocupa a presidência da Casa, não ousa pegar a presidência da Comissão de Ciência e Tecnologia, e a deixa com os de sempre.

Tudo isso é muito simbólico. O Brasil tem historicamente dois grandes latifúndios: o das comunicações e o da terra. Neles se concentram as duas maiores forças políticas do país, responsáveis pela cruel realidade do povo brasileiro. Pois bem, o Ministério da Agricultura e a Comissão de Agricultura foram entregues aos respectivos latifundiários do setor; o das Comunicações e a Comissão de Ciência e Tecnologia, idem. Isto é uma sinalização histórica. Um equívoco que vai pesar na história de Lula.

São equívocos e omissões que insistem em acontecer. No início de 2004, o governo convocou algumas pessoas e entidades com a proposta de realizar uma Conferência Nacional de Radiodifusão Comunitária. Mais um ato surrealista: quem estava na organização da Conferência não era o Ministério das Comunicações, mas a Fundação Banco do Brasil, Casa Civil, e até o programa Fome Zero! O ministério entrou nas primeiras discussões, mas quando viu que poderia sobrar para ele, caiu fora. E como fazer uma Conferência sobre comunicação sem o Ministério das Comunicações?

Então o governo apresentou sua proposta de eixo da conferência: nada que se referisse a mudanças na lei, fim da repressão, anistia aos que estavam sendo processados, devolução dos equipamentos apreendidos e, o principal, mudanças no modelo político de comunicação.

O governo, com o apoio de entidades como o Viva Rio (aquela que distribui programas da Globo para as rádios comunitárias), queria discutir código de ética, associativismo... Mais surrealismo. Era a proposta de quem estava fugindo ao embate do momento, ou desconhecia a realidade das rádios comunitárias. Como o movimento não aceitou esta pauta, a Conferência gorou.

Mais GTs

Na sexta-feira (26/11/2004), por decreto, o Governo montou um novo Grupo de Trabalho. Os objetivos desse GT são genéricos, mas não trata do principal. Ainda inclui um deboche: o GT pretende encontrar formas de "aperfeiçoar" a fiscalização – isto é, melhorar a eficiência da Anatel/PF na repressão.

É um grupo fechado no governo, não tem a sociedade civil. O que se pode esperar dessa gente? Por que ao invés de fazer GTs e mais GTs o governo não faz o óbvio (em cinco minutos é possível para qualquer pessoa bem-informada do movimento de rádios comunitárias revelar a realidade vivida por ele)? Por que, ao invés de um novo GT, não implementa as boas decisões do anterior? Será que o governo está tentando, mais uma vez, enrolar aqueles que atuam com rádios comunitárias, fugindo aos seus compromissos com o povo brasileiro?

É preciso deixar bem claro que, ao contrário do que dizem os burocratas e tecnocratas e autoridades comprometidas com a elite nacional, o governo Lula tem condições de fazer muito pelas rádios comunitárias. Eis algumas das ações que poderia encaminhar:

* Modificar o atual modelo de comunicação que privilegia o latifúndio da comunicação, estabelecendo regras que proíbam a concentração dos meios, e abrindo mais espaço para as emissoras comunitárias, educativas e estatais. Em outras palavras: deflagrar uma reforma agrária do ar.

* Elaborar um novo texto para o Decreto 2.615, corrigindo as deficiências do atual.

* Elaborar uma Norma Operacional menos burocrática e limitadora.

* Apresentar PL modificando a Lei 9.612.

* Apresentar Medida Provisória anistiando os que foram criminalizados na Lei 4.117/62 e Lei 9.472/97.

* Apresentar Medida Provisória determinando a devolução dos equipamentos apreendidos.

* Apresentar Medida Provisória revogando o art. 70 da Lei 4.117/62 e o art. 183 da Lei 9.472/97.

* A Advocacia Geral da União poderia dar parecer contrário ao uso dos Arts. 70 e 183, acabando com a repressão.

* Realizar cursos de qualificação.

* Inserir os canais de rádios comunitárias na faixa do dial.

* Inserir a TV comunitária no sinal aberto.

* Inserir publicidade oficial paga nas rádios comunitárias.

* Criar fundo para as rádios e TVs comunitárias.

* Fazer uma manifestação pública em defesa dos que fazem rádio comunitária. (Até hoje, com o pau comendo nas rádios, o governo não fez uma só manifestação nesse sentido.)

A questão das rádios comunitárias no Brasil é essencialmente política. A realidade mostra que a população brasileira não tem acesso aos meios de comunicação, é diariamente agredida com violações dos direitos humanos, e submetida a uma legislação que sedimenta uma exclusão secular.

Basta do governo fazer articulação política para se sustentar no poder. Temos aqui a busca do poder pelo poder. O povo quer mudança. Lula precisa dizer a que veio. Basta das autoridades tentarem fugir às suas obrigações, mascarando o que é decisão (ou indecisão política) como técnica, transferindo responsabilidades do Executivo para o Legislativo.

Um exemplo de como o atual governo faz política nessa área: Há casos de rádios autorizadas pelo Ministério das Comunicações há mais seis meses, mas que não chegam ao Congresso Nacional porque a Casa Civil guardou para si o direito de "autorizá-los" politicamente. Criou-se uma nova instância de deliberação sobre as rádios comunitárias: a Casa Civil. Nem no Governo neoliberal de FHC se fazia isso.

Afirmar que o governo tenta matar as rádios comunitárias não é exagero. Todas as ações realizadas pelo governo Lula – principalmente as omissões – indicam uma intenção oficial de impedir a operação das rádios comunitárias. Ela é derivada de compromissos assumidos com a elite econômica e, principalmente, com o latifúndio da comunicação. Se 70% dos recursos de publicidade, incluindo os das estatais, vai para uma única empresa, e um percentual quase zero vai para as estatais, e nada vai as comunitárias, é porque se optou por servir ao latifúndio.

Poderia se argumentar que o Governo age assim, desprezando e aniquilando as rádios comunitárias, por desconhecer o assunto. Se esta ignorância, que cheira à burrice se for verdade, é inadmissível. É inadmissível que o governo desconheça a realidade das rádios comunitárias. Não se admite que o PT, sendo um partido nascido nas bases populares, desconheça o que acontece hoje com as rádios comunitárias. Seria um caso de incompetência ou desvirtuamento ideológico.

Do povo brasileiro está sendo tirado seu direito de falar. Sem voz, ele não tem acesso à informação, cultura, destino. Não tem liberdade de expressão. E quem não se comunica, morre, diz uma das leis da natureza. Se o povo brasileiro, sem voz (também sem terra, moradia, água, energia, escola, saúde...) há tanto tempo não morreu, foi por pura teimosia e esperança. Esta esperança sempre esteve associada ao medo; embora algumas vezes a esperança tenha sido maior que o medo. Mas hoje, quando se deflagra um processo político de destruição das rádios comunitárias, com a Polícia Federal invadindo salas, residências, batendo nas pessoas, algemando, enquadrando por "formação de quadrilha", o medo é maior. Muito grande.

O que se escuta dos agentes do Estado é: As rádios comunitárias devem morrer. E o povo responde: Fujam que a polícia vem aí; fujam que o governo Lula chegou.

Fonte: Observatório da Imprensa

Anatel fechou 6.716 emissoras em cinco anos

Estado de S.Paulo - Nacional

Felipe Werneck

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) fechou 6.716 rádios consideradas clandestinas no País em cinco anos. O número é quase o dobro do total de autorizações (3.652) do Ministério das Comunicações para o funcionamento de rádios comunitárias em dez anos. Existem hoje cerca de 15 mil rádios como essas em operação, diz a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária. "As rádios não querem ficar clandestinas, mas há 18 mil pedidos de autorização e só 3 mil foram aprovados em quase 11 anos", diz Sebastião Santos, um dos fundadores da entidade.

Fonte: AESP com hl.com

Nesse Link podem ouvir o compromisso firmado do Presidente Lula com as Rádios Comunitárias
http://www.youtube.com/watch?v=_TIbo8Uk0PU

quarta-feira, 11 de março de 2009

Ministro Hélio Costa critica lei que regulariza rádios comunitárias

O ministro das comunicações, Hélio Costa, criticou o Projeto de Lei que permite a instalação de rádios comunitárias sem licença junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Segundo o político, a medida dará brechas à ilegalidade e ao aumento de emissoras clandestinas. Com a aprovação do projeto de lei, que tramita no Congresso e conta com o apoio do presidente Lula, a operação de rádios sem licença deixa de ser crime, e se torna passível apenas de processo administrativo.

"Quando você flexibiliza, você abre uma porta que pode aumentar a criminalidade do setor. (...) Há setores no governo que entendem que o crime não é tão grave para permitir a prisão das pessoas", disse o ministro, que foi voto vencido na discussão do projeto.

Segundo informou a Agência Estado, a proposta de descriminalização das emissoras gerou controvérsias entre entidades do setor. Na avaliação do coordenador da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária, José Soter, o projeto "é uma forma de legalizar a perseguição às rádios comunitárias". Já para o gestor da Intervozes, João Brant, a lei serviria para acabar com a clandestinidade das emissoras.

Mudanças na lei

Representantes de associações de rádios comunitárias lembram os dez anos da aprovação da Lei 9.612, que as regulamentou no país, em manifestações no centro da cidade do Rio de Janeiro.

Os atos reclamam mudanças na lei, por causa do excesso de burocracia e dos interesses de emissoras comerciais que prejudicam as rádios comunitárias, e defendem uma separação entre as rádios que "realmente prezam pelos interesses da comunidade e aquelas que atendem a interesses específicos de partidos políticos ou organizações religiosas.

Sebastião Santos, coordenador da Rede Viva Rio de Radiodifusão Comunitária, declarou que "as rádios acabam sendo prejudicadas pelo excesso de burocracia da lei e também pelos interesses dos meios de comunicação comerciais. No Rio, cerca de um terço da população que ouve rádio ouve programas de rádios comunitárias. Isso acaba incomodando muita gente".

Um levantamento da organização Viva Rio constatou que, das 17 mil entidades que pediram autorização para operarem como rádios comunitárias ao longo desses dez anos, apenas 3.150 conseguiram.

Estão sendo recolhidas assinaturas para um manifesto que deverá ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda este mês, pedindo a descriminalização das rádios comunitárias e alterações na Lei 9.612.

Fonte: Portal Imprensa com hl.com

segunda-feira, 9 de março de 2009

Escola além da escola

Os 120 anos de nascimento de Cásper Líbero celebram o legado cultural do criador do Palácio da Imprensa e da primeira faculdade de comunicação do Brasil

Abandonado, o Palácio da Imprensa repousa anonimamente na região central de São Paulo, bairro da Luz. De transeuntes a moradores da região, ninguém sabe do nobre passado do edifício. Olhando através das janelas quebradas, não é possível imaginar que aquelas salas abrigaram o primeiro prédio construído especialmente para receber a estrutura de um jornal - A Gazeta. Era 1939 e os sete andares estavam prontos para receber jornalistas, diplomatas e políticos. Realizava-se materialmente o triunfo de um diário que, fundado em 1906 pelo jornalista Adolfo Araújo, passou por altos e baixos até beirar a falência, com circulação de 2 mil exemplares, em 1918. Naquele ano, o diário foi vendido ao repórter Cásper Líbero, que praticamente assumiu o projeto como seu e iniciou uma vitoriosa carreira como diretor de jornal. Neste mês são comemorados os 120 anos de nascimento desse pioneiro repórter e empresário, que acreditou no jornalismo como instrumento difusor de cultura e construiu um grande legado.

Para a jornalista e professora Gisely Hime, seis princípios constituem o ideário de Cásper: progresso, nacionalismo, regionalismo, jornalismo como função social, coletividade e juventude. Traços intrínsecos às suas realizações, do pioneiro prédio à concretização da primeira faculdade de jornalismo do país, e que se revelam ainda mais consistentes quando, mais de 50 anos após sua morte, seus projetos e ideias ainda continuam admiráveis.

Fonte: Revista Imprensa

Ferraz diz que sua mãe ocupa cargo desde 1973 e foi apenas reconduzida

O procurador José Guilherme Ferraz, ex-procurador eleitoral, negou que sua mãe tenha sido nomeada para cargo de confiança pelo governador José Maranhão (PMDB). Ferraz distribuiu nota e disse que sua mãe, Bernadete Maria Antas Ferraz Costa, ocupa este mesmo cargo desde 1973, antes mesmo do nascimento do procurador.

“O ato ali noticiado refere-se, na verdade, a simples manutenção, pelo atual governador do estado, José Targino Maranhão, da senhora Bernadete Maria Antas Ferraz Costa, professora universitária, com especialização em língua francesa e mestrado, mãe do procurador da República, José Guilherme Ferraz da Costa, no cargo de Chefe do Núcleo de Material Didático”, diz a nota.

A resposta do procurador refere-se a matéria publicada em um portal de notícias do estado em que diz que Bernadete Ferraz foi nomeada pelo atual governador pra exercer cargo de confiança.

“Trata-se de um caso raro na Administração Pública, de uma servidora do estado que vem respondendo pela coordenação do bem sucedido Programa Nacional do Livro Didático na Paraíba, tendo sua competência profissional e dedicação à causa da educação reconhecidas por todos os gestores que se sucederam no estado, ao longo de mais de 35 anos, independentemente de orientação política de governo”, diz o procurador.

Confira nota na íntegra:

A matéria publicada intitulada, “Mãe do procurador que pediu cassação de Cássio é nomeada para cargo de confiança no governo Maranhão” distorce a realidade a partir de informação falsa.

O ato ali noticiado refere-se, na verdade, a simples manutenção, pelo atual governador do estado, José Targino Maranhão, da senhora Bernadete Maria Antas Ferraz Costa, professora universitária, com especialização em língua francesa e mestrado, mãe do procurador da República, José Guilherme Ferraz da Costa, no cargo de Chefe do Núcleo de Material Didático. Trata-se de cargo técnico pedagógico do último escalão hierárquico da Secretaria de Educação do Estado da Paraíba, o qual ela já vinha ocupando, durante toda a gestão anterior, por ato do então governador Cássio Rodrigues da Cunha Lima.

A informação de que a servidora teria sido substituída pelo governador anterior e reconduzida pelo atual é absolutamente falsa, conforme se infere dos atos governamentais nº 1182, de 07 de fevereiro de 2003 e nº 1433, de 11 de abril de 2007.

Observa-se que a Portaria nº 1029, citada na notícia, refere-se a mera substituição em férias, de modo que a omissão dessa informação na notícia indica má fé na apresentação dos fatos, com o simples propósito de induzir o leitor a erro.

A verdade dos fatos é que a senhora Bernadete ocupa esse mesmo posto, sem interrupções, desde 1973, antes mesmo do nascimento do procurador José Guilherme.

Trata-se de um caso raro na Administração Pública, de uma servidora do estado que vem respondendo pela coordenação do bem sucedido Programa Nacional do Livro Didático na Paraíba, tendo sua competência profissional e dedicação à causa da educação reconhecidas por todos os gestores que se sucederam no estado, ao longo de mais de 35anos, independentemente de orientação política de governo.

José Guilherme Ferraz da Costa
Procurador da República

Técnicos da Petrobrás descobrem novas pegadas de dinossauros no Sertão Paraibano

Durante uma sessão de estudos e perfurações de solo em busca de petróleo no interior da Paraíba, técnicos da Petrobrás descobriram gigantescas pegadas fossilizadas que podem ser de dinossauros. A descoberta aconteceu no município de Santa Helena, na região do Vale do Rio do Peixe, Sertão Paraibano.

Dezenas de pegadas, que possivelmente podem ser de animais pré-históricos, foram descobertos durante a perfuração de poços de petróleo no distrito de Melancias, no município de Santa Helena.

De acordo com as primeiras informações, técnicos da Petrobrás faziam estudos para exploração do petróleo, quando se depararam com as enormes pegadas, parecida com as que fazem parte do Vale dos Dinossauros, em Sousa. A nova descoberta fica há apenas 40 km das antigas pegadas em Sousa e o proprietário da fazenda onde foram encontrados os indícios, o empresário Rony Dantas, se diz contente com a possibilidade de ter em suas terras pegadas de animais pré-históricos.

De acordo com o empresário, a Petrobras vai patrocinar a vinda de paleontólogos para que seja feito um estudo aprofundado dos indícios encontrados.

Foi na região do Vale do Rio do Peixe onde se descobriu as primeiras pegadas de dinossauros no Brasil, em 1897, na localidade de Passagem. Das Pedras no município de Sousa, pelo agricultor Anísio Fausto, Sousa e Uiraúna-Brejo das Freiras são duas bacias cretáceas da região do Rio do Peixe que possuem uma grande quantidade de pegadas de dinossauros.

A área mais importante de distribuição de pegadas fósseis está localizada na Passagem das Pedras na Fazenda Ilha, no município de Sousa, que é atualmente um parque natural - Monumento Natural Vale dos Dinossauros.

Fonte: WSCom

PT lança Luiz Couto senador na chapa com Maranhão ou Ricardo

A participação do deputado federal Luiz Couto (PT) na chapa majoritária nas eleições de 2010 é tão importante quando a prioridade do projeto nacional, que é eleger o sucessor do presidente Lula. O Partido dos Trabalhadores tem como certa a presença de Couto junto com a provável candidatura a reeleição do governador José Maranhão (PMDB), ou do prefeito Ricardo Coutinho (PSB).

“Essa é uma deliberação expressa do PT, que é eleger o deputado Luiz Couto senador da República”, afirmou Marcus Túlio Campos, um dos membros da Executiva petista.

Os petistas não sabem ainda é se Luiz Couto vai fazer parte da chapa a ser encabeça por Maranhão ou Ricardo Coutinho, provável candidato ao governo em 2010. “Vamos levar essa discussão até o começo do próximo ano”, apontou Túlio.

Ele disse nesta segunda-feira, 9, que o seu partido trabalha com a perspectiva de unidade dos partidos que ajudaram a reeleger o prefeito da Capital e aproveitou para desfazer uma informação veiculada em alguns portais do Estado no último final de semana.

“Nós apontamos em direção da unidade entre PT, PMDB, PSB e outros partidos que estiveram aliados na campanha de 2006 e em momento algum dissemos que o deputado Luiz Couto seria candidato a senador na chapa a ser encabeçada pelo PMDB”, afirmou.

Túlio avaliou que no momento o meio-campo da política paraibana está embolado. “Por isso, elegemos como prioridade a eleição de Luiz Couto, tão prioritário quanto ao projeto nacional de fazer o sucessor do presidente Lula”, ressaltou.

Perguntado se os petistas participariam da chapa uma provável candidatura do prefeito Ricardo Coutinho ao governo do Estado apoiada pelo então governador Cássio Cunha Lima, Marcus Túlio disse que prefere não comentar um assunto que só interessa a outros partidos.

“Pelo que tenho acompanhado através da imprensa, só o deputado (federal) Armando Abílio é que defende a aproximação do então governador (Cássio) com o PSB. Portanto, não comento o assunto”, enfatizou.

Fonte: Portal Paraíba

Maranhão nomeia mãe do Procurador Eleitoral José Guilherme Ferraz

O procurador regional eleitoral José Guilherme Ferraz, um dos principais algozes na perda do mandato do ex-governador Cássio Cunha Lima, já não tem do que reclamar do Governo Maranhão III. Em ato publicado no Diário Oficial da última sexta-feira (6), o governador nomeou a mãe de Ferraz para um cargo de confiança na Secretaria de Educação e Cultura.

Diz, textualmente, o ato governamental n° 2.313 João Pessoa, 06 de março de 2009:"O Governador do Estado da Paraíba, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 86, inciso XX, da Constituição do Estado e tendo em vista o disposto no art. 9°, inciso II da Lei Complementar n° 58, de 30 de dezembro de 2003, e na Lei n° 8.186, de 16 de março de 2007, R E S O L V E nomear BERNADETE MARIA ANTAS FERRAZ COSTA, matrícula n° 137.882-1, para ocupar o cargo de provimento em comissão de Chefe do Núcleo de Material Didático da Secretaria de Estado da Educação e Cultura, Símbolo CGF-3".

Não é a primeira vez que Bernadete Maria Antas Ferraz Costa, natural de Diamante e servidora da Secretaria de Educação e Cultura, responde pelo cargo. Ela foi substituída por Salete Antas Ferraz Barros, no segundo ano da primeira gestão de Cássio Cunha Lima, através da portaria n°1029, de 13 de maio de 2004, assinada pelo então secretário Neroaldo Pontes de Azevedo.

Ferraz no processo

José Guilherme Ferraz é Procurador da República e responde pelo Ministério Público Eleitoral na Paraíba. É mestre em Direito Previdenciário pela PUC-SP. ex-procurador autárquico do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tendo sido nomeado, ao longo de sua carreira, após aprovação em concursos públicos, também para os cargos de procurador da Fazenda Nacional e juiz federal substituto, vinculado ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

Tendo atuado por dois anos como procurador regional eleitoral no Tribunal Regional Eleitoral da Paraiba, Guilherme Ferraz se despediu da corte no dia 06 de fevereiro deste ano. Sua participação no TRE que lhe rendeu mais fama foi o que redundou na cassação do ex-governador Cássio Cunha Lima.

Através de sua atuação no processo, Guillherme Ferraz preparou um poderoso parecer pela cassação de Cássio. O documento terminou por servir de base para que o vice-procurador-geral eleitoral, Francisco Xavier, também preparasse sua recomendação pelo afastamento do governador da Paraíba.

O relatório do ministro relator Eros Grau, do Tribunal Superior Eleitoral, também conteve, na maior parte de seu texto, trechos do parecer de Guilherme Ferraz.

Cássio Cunha Lima teve sua cassação confirmada pelo TSE no último dia 17 de fevereiro.

Fonte: Paraíba Agora

Isonomia: delegados pedem R$ 9,2 mil de salários e Governo apresenta contraproposta nesta segunda

Os delegados e as representações de segurança do Governo do Estado voltam a se encontrar nesta segunda-feira. Na pauta, as negociações sobre o reajuste salarial da categoria, que pede um valor inicial de R$ 9,2 mil, em consonância com o que recebem os delegados do Rio Grande do Norte.

O Secretário Gustavo Gominho (Segurança Pública e Defesa Social) afirmou que apresentará uma contraproposta por parte do Governo do Estado. A reunião que deveria ter acontecido na última sexta-feira foi adiada para hoje pelo secretário de Administração, Antônio Fernandes, que precisava estudar as finanças do Estado e a situação atual da folha dos delegados.

Os delegados, que estão trabalhando normalmente, admitem que poderão retomar a greve que aconteceu durante o final da gestão do ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB). A greve estaria condicionada, segundo eles, ao não reajuste salarial.

Fonte: WSCom

domingo, 8 de março de 2009

08 de Março: Dia Internaqcional da Mulher. Nossa homenagem


No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Objetivo da Data

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Conquistas das Mulheres Brasileiras

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Mulher da vida, minha irmã
Cora Coralina

Mulher da Vida, minha Irmã.
De todos os tempos.
De todos os povos.
De todas as latitudes.
Ela vem do fundo imemorial das idades e
carrega a carga pesada dos mais
torpes sinônimos,
apelidos e apodos:
Mulher da zona,
Mulher da rua,
Mulher perdida,
Mulher à-toa.
Mulher da Vida, minha irmã.
Pisadas, espezinhadas, ameaçadas.
Desprotegidas e exploradas.
Ignoradas da Lei, da Justiça e do Direito.
Necessárias fisiologicamente.
Indestrutíveis.
Sobreviventes.
Possuídas e infamadas sempre por
aqueles que um dia as lançaram na vida.
Marcadas. Contaminadas,
Escorchadas. Discriminadas.
Nenhum direito lhes assiste.
Nenhum estatuto ou norma as protege.
Sobrevivem como erva cativa dos caminhos,
pisadas, maltratadas e renascidas.
Flor sombria, sementeira espinhal
gerada nos viveiros da miséria, da
pobreza e do abandono,
enraizada em todos os quadrantes da Terra.
Um dia, numa cidade longínqua, essa
mulher corria perseguida pelos homens que
a tinham maculado. Aflita, ouvindo o
tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras,
ela encontrou-se com a Justiça.
A Justiça estendeu sua destra poderosa e
lançou o repto milenar:
“Aquele que estiver sem pecado
atire a primeira pedra”.
As pedras caíram
e os cobradores deram s costas.
O Justo falou então a palavra de eqüidade:
“Ninguém te condenou, mulher...
nem eu te condeno”.
A Justiça pesou a falta pelo peso
do sacrifício e este excedeu àquela.
Vilipendiada, esmagada.
Possuída e enxovalhada,
ela é a muralha que há milênios detém
as urgências brutais do homem para que
na sociedade possam coexistir a inocência,
a castidade e a virtude.
Na fragilidade de sua carne maculada
esbarra a exigência impiedosa do macho.
Sem cobertura de leis
e sem proteção legal,
ela atravessa a vida ultrajada
e imprescindível, pisoteada, explorada,
nem a sociedade a dispensa
nem lhe reconhece direitos
nem lhe dá proteção.
E quem já alcançou o ideal dessa mulher,
que um homem a tome pela mão,
a levante, e diga: minha companheira.
Mulher da Vida, minha irmã.
No fim dos tempos.
No dia da Grande Justiça
do Grande Juiz.
Serás remida e lavada
de toda condenação.
E o juiz da Grande Justiça
a vestirá de branco em
novo batismo de purificação.
Limpará as máculas de sua vida
humilhada e sacrificada
para que a Família Humana
possa subsistir sempre,
estrutura sólida e indestrurível
da sociedade,
de todos os povos,
de todos os tempos.
Mulher da Vida, minha irmã.
Declarou-lhe Jesus:
“Em verdade vos digo
que publicanos e meretrizes
vos precedem no Reino de Deus”.
Evangelho de São Mateus 21, ver.31.

Poesia dedicada, por Coralina, ao Ano Internacional da Mulher em 1975, a qual, com muita alegria, fazemos dela nossa homenagem a todas as mulheres diamantenses.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Programa Prosa Rural recebe prêmios e breve estará na grade de programação da Rádio Comunitária Diamante FM

O programa de rádio Prosa Rural, produzido pela Embrapa Informação Tecnológica, foi indicado como uma das cinquenta melhores experiências na área de tecnologia social, desenvolvidas no Brasil. A seleção, realizada em duas fases, foi coordenada pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

A primeira chamada de trabalhos ocorreu em outubro de 2008 e a segunda, em janeiro de 2009. Ao todo, 88 trabalhos se inscreveram, entre os quais o Prosa Rural, submetido à análise de uma comissão técnica e habilitado na etapa final do processo, na categoria Tecnologia Social para a Educação.

"Acreditamos e valorizamos muito o papel do Prosa rural como importante veiculo, não só de difusão de conhecimento, mas também de participação social", disse a consultora do Nead, Maria Clara Maurício.

"Assim, imaginamos ser possível por meio do rádio motivar articulações locais dos agricultores, rádios, territórios da cidadania, organizações estaduais de pesquisa agropecuária (Oepas), etc., para que, além de divulgar conteúdos tecnológicos, sejamos capazes de também gerar conteúdos participativos, de acordo com as próprias demandas locais".

Segundo ela, já está sendo articulada uma parceria entre o MDA e a Embrapa, voltada à divulgação das políticas públicas do ministério para o fortalecimento da agricultura familiar e o desenvolvimento rural sustentável.

Para o gerente-geral da Embrapa Informação Tecnológica, Fernando do Amaral Pereira, o reconhecimento do alcance do Prosa Rural pela iniciativa do Nead é muito importante. "Desde 2003 estamos no ar, levando informação a quem mais precisa dela, ou seja, o homem do campo que depende da terra não só para sobreviver, mas para contribuir com o desenvolvimento do País", comentou.

"É fundamental que o conhecimento científico produzido pela Embrapa chegue até ele, por meio de um veículo acessível, como é o rádio, por meio dessa grande rede de emissoras que se formou e cresce a cada dia", completou, referindo-se às mais de mil rádios comunitárias parceiras do projeto.

Em breve, o Programa Prosa Rural estará entrando na grade de programação da Rádio Comunitária Diamante FM, levando informação, principalmente, para o homem do campo, disse Hélder Loureiro, diretor executivo da emissora.

PREMIAÇÕES

Em 2004, o Prosa Rural foi premiado pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), região Centro-Oeste/Leste, na categoria Relacionamento com a Comunidade; em 2005, recebeu a certificação de Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil (FBB); em 2006, reconhecido no prêmio Inovação na Gestão Pública Federal, concedido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e em 2007, recebeu o prêmio da Rede Internacional de Desenvolvimento Econômico Local e Comunitário (Ridelc).

Até o final do primeiro semestre de 2009, o Nead vai promover uma oficina de integração em Brasília, com a participação de todos os selecionados, com o objetivo de realizar projetos conjuntos em cada um dos eixos temáticos (capacitação, educação, empreendimentos econômicos solidários, moradia rural, biossistemas e agroecologia). Participaram instituições de pesquisa, universidades e institutos brasileiros e estrangeiros, cujas atuações representam possibilidades de incentivo em benefício principalmente de comunidades de agricultores familiares.

Fonte: hl.com

quinta-feira, 5 de março de 2009

Um mergulho no samba da PB

Harue Tanaka, pesquisadora da UFPB, encantou-se por uma realidade muitas vezes esquecida: o ensino musical realizado dentro das escolas de samba do carnaval tradicional de João Pessoa. Mais especificamente, na Associação Recreativa Escola de Samba Malandros do Morro, do bairro da Torre. Afinal, nem só de apresentações anuais vivem estes grupos.

A escola existe desde 1956 e através da sua bateria pessoas das mais variadas idades aprendem a tocar instrumentos percurssivos. Eis o foco da pesquisa de Harue. “Queremos mostrar para a academia a importância do ensino da música popular, fora dos contextos formais, como conservatórios”, argumenta a professora.

Diários de uma Ritmista Aprendiz (189 páginas, Agência Ensaio) é o livro que resultou deste trabalho e foi feito em parceria com Ricardo Peixoto, da Agência Ensaio. “Eu gosto muito do trabalho de Ricardo. Ele é uma pessoa que sempre tenta fazer algo inovador, alternativo, sem imitações”, comenta Harue. Ricardo foi o responsável pela concepção gráfica do livro, que tem texto e fotos da professora.

Segundo ela, a principal intenção com o livro é mostrar o contexto do carnaval tradição de João Pessoa, que muitos habitantes da cidade nem conhecem. “Algumas pessoas daqui até me perguntam se existem escolas de samba na cidade”, revela Harue, mostrando o desconhecimento dos pessoenses.

Para a professora, é admirável perceber que estes grupos ainda têm forças para continuar firmes, mesmos sem incentivos públicos. “Junto a outros inúmeros movimentos do bairro, a escola praticamente não tem atenção do governo municipal ou estadual”, comenta Harue.

Padre é nomeado para cargo no governo e acaba suspenso

Depois do deputado federal Luiz Couto (PT), mais um padre teve a ordem suspensa e está proibido de celebrar missas, batizados e casamentos. Trata-se do padre de Araruna, Nilson Nunes da Silva, que foi “punido” por ter assumido o cargo de secretário executivo de Desenvolvimento Humano do Governo Maranhão III. “O Código de Direito Canônico proíbe o padre ocupar cargo público, porque prejudica o trabalho dele na paróquia”, explicou dom Lucena, bispo de Guarabira.

Segundo o bispo, o padre só voltará a celebrar quando deixar a secretaria. “O padre Nilson terá agora mais tempo para se dedicar ao novo ofício no cargo público”, argumentou dom Lucena, que nomeou o padre João Batista Firme, de Campo de Santana, para responder pela Paróquia de Araruna.

O padre Nilson Nunes disse que recebeu com tristeza a carta de dom Lucena. “Eu confesso que fiquei triste, mas respeito a decisão do bispo diocesano. Recebi várias ligações de solidariedade de colegas da Igreja e vou cumprir minha missão na Secretaria de Desenvolvimento Humano”, adiantou o religioso.

Ele explicou que o convite para ocupar a pasta não partiu de um político, mas de um amigo, o governador José Maranhão. “A Igreja Católica defende o combate à injustiça social e é isso que vou fazer na secretaria. Se fosse outro cargo, eu não aceitaria, para promover e desenvolver, abracei esta causa, que é também a causa da Igreja”, reiterou Nilson, que está há sete anos na Paróquia de Araruna.

Fonte: Jornal da Paraíba

Jornalista Lenilson Guedes lança candidatura a presidência da API

O jornalista e radialista Lenilson Guedes, afirmou nesta quarta-feira, 4, ser candidato à presidência da Associação Paraibana de Imprensa (API). Natural de Cajazeiras, Lenilson Guedes já foi presidente do Sindicato dos Radialistas e diretor de programação da Rádio Tabajara.

Atualmente trabalha no Sistema Correio de Comunicação e presta assessoria de imprensa ao Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Ele disse que pretende contar na sua chapa com a presença de profissionais da imprensa do interior do Estado. "Em minha gestão no sindicato dos Radialistas instalei delegacias sindicais em várias cidades, sendo a primeira delas na cidade de Cajazeiras".

Na API, ele pretende fazer com que a entidade volte a atuar em defesa dos interesses da categoria. As eleições da API estão programadas para acontecer em junho deste ano.

De acordo com o jornalista e radialista Hélder Loureiro, que já trabalhou com Lenilson na Rádio Tabajara, disse ser um profissional correto e muito comprometido com a categoria. Por isso, aposta na sua vitória e promete fazer campanha para o colega de profissão.

Fonte: hl.com

quarta-feira, 4 de março de 2009

Primeiro pronunciamento: Cássio divulga áudio e nota oficial sobre cassação

O ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), que não faz aparições públicas desde a saída do governo, promete romper o silêncio nesta quinta-feira 5. Ele distribuirá áudio de quatro minutos, acompanhado com nota oficial, se manifestando a respeito da decisão do Tribunal Superior Eleitoral.

Há duas semanas o ex-governador se transferiu de João Pessoa para sua chácara em Campina Grande. Na segunda-feira 2, porém, se reuniu com aliados políticos em um jantar na residência de seu pai, Ronaldo Cunha Lima, na Capital.
De acordo com a assessoria do PSDB, nos próximos dias o ex-governador se ausentará da Paraíba. Ele deve ficar fora por quase um mês. Na seqüência, deve fazer visitas a municípios do interior do Estado.
A distribuição do áudio será feita por e-mail, a partir das 10 horas de amanhã.

Fonte: WSCom

TSE cassa o mandato do governador do Maranhão, Jackson Lago

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou na madrugada desta quarta-feira (4) os mandatos do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e de seu vice, Luiz Carlos Porto (PPS). Ambos foram condenados por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2006. Ainda cabe recurso no próprio TSE contra a decisão.

Por 5 votos a 2, os ministros seguiram a posição do relator do processo, Eros Grau, que se manifestou a favor da cassação dos mandatos do Lago e Porto.

Apesar da decisão, os ministros da Corte definiram que ambos poderão permanecer no cargo até que se esgotem as possibilidades de recursos no TSE.

Os magistrados também decidiram dar posse à segunda colocada na eleição de 2006, senadora Roseana Sarney (PMDB), e ao ex-senador João Alberto (PMDB), candidato a vice na chapa. Roseana, porém, deverá aguardar a análise de eventuais recursos a serem protocolados na Justiça pelo adversário antes de tomar posse.

O presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, avisou que as defesas de Jackson Lago e Luiz Carlos Porto terão prazo de três dias para impetrar recursos contra a decisão, após a publicação do acórdão, que não tem data definida para sair no Diário da Justiça.

O advogado de Jackson, Francisco Rezek, já antecipou que vai recorrer da decisão no TSE “e onde mais for possível”, se referindo também ao Supremo Tribunal Federal (STF), última instância para analisar recursos contra a cassação de mandato de governadores.

Julgamento interrompido duas vezes

O julgamento do processo de cassação de Jackson Lago foi retomado na noite desta terça (3) após ter sido interrompido por duas vezes. Em dezembro do ano passado, depois de Eros declarar seu voto, o ministro Felix Fischer pediu vista do processo. Já em fevereiro, a análise foi interrompida porque o ministro Joaquim Barbosa se declarou impedido de participar do julgamento.

Assim, Ricardo Lewandowski substituiu Barbosa na sessão desta noite. Por isso, o julgamento precisou ser “renovado”. O relator teve de ler novamente seu voto, assim como os advogados de acusação e defesa voltaram a fazer suas sustentações orais.

Em plenário, Eros Grau manteve seu posicionamento. Ele entendeu que havia provas mais que suficientes para o tribunal cassar o mandato de Lago. “Dou provimento ao recurso [que pede a cassação], reconhecida a prática de conduta vedada”, disse.

Acompanharam o voto do relator os ministros Ricardo Lewandowski, Felix Fischer, Fernando Gonçalves e também o presidente do TSE, Carlos Ayres Britto.

Votaram contra apenas Marcelo Ribeiro e Arnaldo Versiani. Ambos entenderam que Lago não se aproveitou da máquina do estado para vencer a eleição. “Até os depoimentos das testemunhas são contraditórios”, disse Versiani.

Acusações

O advogado da coligação de Roseana, Heli Lopes Dourado, acusou o grupo liderado pelo então governador José Reinaldo de ter desviado R$ 806 milhões de convênios para a “compra de eleitores”. “Não se tem na Justiça eleitoral algo parecido. Tudo começa quando o governador José Reinaldo rompe a parceria de 30 anos com seus aliados [o grupo de Sarney]”, disse em plenário, no dia 18 de dezembro.

Nesta terça, Dourado voltou a acusar Reinaldo e Jackson Lago de terem “saído pelo interior do Maranhão” fazendo comício e assinando convênios. Também advogado da coligação de Roseana, o ex-ministro do TSE Sepúlveda Pertence acusa o governador por “armações” durante a campanha. “Houve multiplicação de convênios como arma eleitoral da campanha”, disse.

As defesas do governador e do vice, por sua vez, negaram as acusações. O advogado Francisco Rezek, também ex-ministro do TSE, considera que o processo hoje analisado não foi de “cassação, mas de usurpação”. “Jackson Lago não tem poder econômico, não tem feudo, não tem concessões de rádio, de televisão”, afirmou. Ele também acusou os adversários de apelarem a uma “prática surrada e conhecida de vencer juízes pelo cansaço”.

Também advogado de Lago, Eduardo Alckmin credita as suspeitas contra seu cliente “à oligarquia do Maranhão, que não se conforma com os resultados das urnas”, se referindo ao grupo Sarney. “Eles ficaram no campo da cogitação, mas demonstração efetiva [de irregularidades] não se fez. Como aceitar uma mera presunção?”, questionou Alckmin.

Fonte: G1

terça-feira, 3 de março de 2009

Em tom de despedida, Almeida discursa na AL, abre vaga para Nadja e não acredita em expulsão

O deputado estadual Guilherme Almeida (PSB) disse na tarde desta terça-feira, 3, durante discurso na tribuna da Assembléia Legislativa que não tem intenção de deixar o partido e que não acredita em expulsão. O parlamentar se pronunciou sobre o imbróglio no partido já em tom de despedida e deve mesmo abrir vaga para Nadja Palitot.

Almeida criou conflito dentro do PSB após aceitar o convite do governador José Maranhão (PMDB) para fazer parte do governo. Ele assumirá a pasta de Interiorização, em Campina Grande.

O PSB diz ter realizado reunião no ano passado e ter decidido que nenhum deputado socialista assumiria cargos no governo Maranhão III.

Ele afirmou também que não vai aceitar imposição de alguns membros do partido que não têm credibilidade e que não admite perseguição a suplente de deputado, Nadja Palitot, que tem uma historia dentro do PSB.

“Não passa pela minha cabeça deixar o PSB, até mesmo por que não desrespeitei os princípios partidários”, disse o parlamentar acrescentando que não deve ser expulso do partido pois não cometeu nenhum ato de infidelidade partidária grave.

Almeida disse que usou a tribuna da Casa de Epitácio Pessoa nesta terça para esclarecer a sociedade que não esta cometendo nenhum crime ao assumir uma secretária de estado e reafirmou que assim que for nomeado vai assumir a Secretaria de Interiorização do Estado em Campina Grande.

Sobre a divulgação de duas atas da mesma reunião, o deputado disse que o fato é pelo menos um gesto de má fé e reiterou o que já havia dito ao WSCOM, que o teor da Ata apresentada pelo vice-presidente do partido, Edvaldo Rosas, não corresponde com a reunião que ele participou.

O deputado disse ainda que não entende como o PSB pode ser contra a nomeação de um membro para uma secretaria de primeiro escalão que vai levar o nome do partido para o interior do estado.

O deputado Leonardo Gadelha (PSB) preferiu não tomar partido dentro da discussão de disse apenas que não acredita que houve má fé em nenhum dos dois lados, nem por parte do deputado de aceitar a secretaria e nem por parte do partido quando emitiu duas atas para a mesma reunião, Gadelha disse que a crise se resolve com dialogo.

Saga das atas II: Ricardo confirma: existem duas atas; ‘ambas são lícitas’

O prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, resolveu quebrar o silêncio a respeito da crise interna do seu partido, o PSB. Ele declarou nesta terça-feira 3 que foram construídas duas atas em reunião realizada em novembro, desautorizando posse de seus integrantes no governo de José Maranhão (PMDB).

A ata que foi para o tribunal não é a mesma que foi para o partido. Mas Guilherme Almeida estava presente na reunião; todos os deputados estavam presentes. Todos os políticos precisam ter sinceridade. A ata que foi para o TRE é o que interessa ao TRE. A posição do partido está tomada, acrescentou.

Antes dele, o vereador Ubiratan Pereira (PSB) havia admitido no plenário da Câmara Municipal a existência de dois documentos. Uma delas será administrativa. A outra mais direcionada às questões de interesse político do partido.

Já o deputado Guilherme Almeida (PSB), que está ameaçado de punição por aceitar convite do governador para assumir pasta da Interiorização, apontou que houve fraude na ata. Ele promete fazer revelações hoje na tribuna da Assembléia Legislativa.

Fonte: WSCom

Oposição na AL articula nota de apoio a Cássio e ratifica unidade em 2010

O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Arthur Cunha Lima, já dispõe de conteúdo da Nota de Solidariedade que a Oposição ao Governo do Estado fará divulgar nos meios de comunicação até a quinta-feira mantendo o apoio ao comando do ex-governador Cássio Cunha Lima e a unidade dos 20 votos a compor o grupo, além de acenar para os preparativos de luta na direção de 2010.

O documento em mãos do presidente já consta das assinaturas de 17 deputados, mas Arthur só quer lançar com as de Ricardo Barbosa, Ricardo Marcelo e Aguinaldo Ribeiro – os três ausentes da reunião, ontem, na casa do ex-governador Ronaldo Cunha Lima envolvidos em tratamento de saúde.

Segundo Arthur, Ricardo se recupera de cirurgia na boca, Ricardo Marcelo foi fazer infiltrações no joelho e Aguinaldo acompanha uma filha em tratamento na cidade de São Paulo.

Na Nota, os deputados reafirmam a defesa da unidade do grupo e expressam total apoio ao ex-governador culminando, ao final, com referências à mensagem de que o voto livre e soberano voltará em breve com os compromissos em favor da Paraíba.

Fonte: WSCom